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Um jovem Drummond

Vinícius de Oliveira é um talento desde cedo. E ainda tem a sorte ao seu lado. Com apenas 10 anos, passou de engraxate a estrela do filme Central do Brasil, indicado ao Oscar. Agora, aos 16, esse menino tímido e de fala mansa vive um Drummond jovem e cheio de dúvidas.

Extrinha - E aí, Vinícius, conta para nós sobre seu cinematográfico início de carreira.
Vinícius de Oliveira - Eu estava no dia certo, na hora certa e no lugar certo. Estava no aeroporto no Rio de Janeiro e o Walter Salles, que ia pegar uma ponte aérea para São Paulo, me viu e fez convite para fazer um teste para o Central do Brasil. Já haviam feito esse teste com mais de 1.500 crianças, mas comigo estava concorrendo um outro menino. Eu fui escolhido porque era mais moleque, como o Josué.

Extrinha - Como foi se deparar com grandes atores brasileiros como a Fernanda Montenegro?
Vinícius - É a melhor coisa que pode acontecer para um ator: estrear no mundo artístico ao lado de uma grande atriz. E uma das melhores, como a Fernanda. Foi ótimo poder contar com ela me ajudando… É uma grande pessoa.

Extrinha - Como foi a loucura de ter de cara um filme indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro?
Vinícius - Foi maravilhoso concorrer ao Oscar. Não vencemos, mas só ser indicado já é maravilhoso. Estar no meio daquelas pessoas famosas, ilustres... Só em fazer um filme pela primeira vez e ele ser indicado é uma coisa muito boa para o currículo.

Extrinha - Sua vida mudou muito depois do filme? Como era antes?
Vinícius - Não era uma vida com muito luxo, também não é hoje em dia (risos). Enfim, eu estudava, morava com minha mãe…

Extrinha - Hoje você demonstra já estar amadurecido, principalmente no espetáculo “O jovem Drummond”. Como foi seu aprendizado como ator?
Vinícius - Antes eu não tinha nenhum curso. Agora também não. Eu faço os trabalhos sem nenhuma preparação, é mais na intuição. Eu pretendo continuar minha carreira, fazer cursos e faculdade de cinema, talvez fora do Brasil. O resto, o que vier, a gente segura como puder.

Extrinha - E o espetáculo “O Jovem Drummond”, como surgiu? Como está sendo encená-lo?
Vinícius - Eu conheci o diretor, o André Monteiro, há dois anos. Começamos a fazer aulas de interpretação até que ele quis fazer um espetáculo para jovens. Então começou a pesquisar atores que tivessem a ver com esse público e me chamou para fazer o Carlos Drummond de Andrade adolescente, que foi o escritor que o André escolheu.

Extrinha - Quais são seus trabalhos, seus projetos, no momento?
Vinícius - No momento estou trabalhando apenas no “Drummond”. Mas no ano passado eu fiz uma participação especial em outro filme do Walter Salles, “Abril Despedaçado”. Aguardem que estréia no final deste ano.

Extrinha - E ler? De que autores você mais gosta?
Vinícius - É super importante ler, ainda mais na minha profissão. Eu gosto muito de Carlos Drummond de Andrade, Ziraldo, Luis Fernando Veríssimo. São os preferidos, entre outros, que também gosto muito.

Extrinha - Música. Quais as suas preferidas?
Vinícius – Eu gosto de ouvir MPB. Ana Carolina, Cássia Eller, Djavan, Caetano Velloso… essas feras da nossa música.

Confidência do Itabirano

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!


Carlos Drummond de Andrade

 

Literatura, cultura e sabedoria

O dia hoje promete. E vai cumprir. Tá na hora de ficar frente a frente com os autores. De ver os espetáculo, os filmes, as exposições. De interagir com o mundo real e virtual. Tem até circo armado para confirmar que a cultura pode e deve ser prazerosa. Aqui estão escritores bem conhecidos, como o Ziraldo e a Ruth Rocha, mas também um que está começando. Athos Beuren, 16 anos, está lançando seu terceiro livro. Vamos conversar um pouco com ele?

Extra Classe - Athos, o que você fará aqui na jornadinha?
Athos Beuren - Divulgar meus Livros e o R.P.G.. Mostrá-los às pessoas e levar o conhecimento sobre o R.P.G., já que é um jogo tão pouco conhecido e difundido no Brasil. Também tenho como objetivo prestigiar ao máximo este evento, já que é algo importante para leitores, escritores e para a cultura brasileira. Estarei palestrando sobre esses assuntos. Não estarei lançando nenhum livro novo, mas estou finalizando um. Será meu quarto livro, assim como os outros, em R.P.G. Este livro-jogo tem como título “Manto de Coragem”. Será lançado um pouco mais adiante, talvez na feira do livro de Porto Alegre.

Extra Classe - O que você gosta de fazer?
Athos - Assim como qualquer adolescente, gosto das coisas mais comuns: futebol, piscina, festa, skate, jogos, música, filme... Meu dia-a-dia é comum. Sou um cara muito, muito ativo. Não consigo ficar sem fazer nada. As pessoas às vezes têm uma impressão errada, pois sou escritor, e acham que sou daquele tipo de cara que fica trancado num quarto escuro, escrevendo, ou mexendo no computador..... Não é assim. Faço de tudo, e ainda quero fazer muitas coisas que ainda não fiz. De manhã estudo e de tarde faço meus trabalhos e etc... mas na maioria das vezes faço alguma das coisas citadas acima.

Extra Classe - Quando você começou a escrever?
Athos - Comecei a escrever, ou melhor, a desenvolver o gosto pela escrita, antes mesmo de sabê-la. Quando aprendi a escrever e a ler também, comecei a escrever histórias. Mas como era pequeno, eram histórias daquela idade. Nunca tive a intenção de ser escritor, foi algo que surgiu ao acaso, quando comecei a escrever R.P.G.s. Gosto de ser escritor, pois me proporciona situações, encontros e ocasiões muito gostosas, nas quais gosto de estar e participar.

Extra Classe - Você pretende escrever em outros tipos de livros?
Athos - Por enquanto, vou continuar com o R.P.G. Não pretendo mudar de estilo, acho que o meu “lance” é o R.P.G.

Extra Classe - O que você mais gosta de ler?
Athos - Leio também livros de suspense e coisas do tipo. É claro que muitas vezes tenho que ler livros de outros tipos, que talvez não goste muito, mas, tento sempre fazer com que sejam o mais agradável possível, para que o aproveite. Meus escritores de R.P.G. favoritos são Ian Livingstone e Steve Jackson. Gosto também de Stephen King, mas prefiro olhar seus filmes a ler seus livros. Os estilos destes escritores são fascinantes, seu modo individual de escreverem. Contribuíram muito (nos R.P.G.s) com meu “trabalho”. Eu acho que a literatura, não só a literatura infantil, deve satisfazer o leitor, trazer a ele o que ele quer, e também algo que o faça crescer.... cultura, sabedoria! Algo que além de tudo, prenda o leitor, faça com que ele queira mais e mais e se sinta bem enquanto estiver lendo o seu livro.