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Alunos da UPF propagam o gosto pela leitura
Pré-Jornada de Literatura facilita indicação das obras e autores nas escolas

Incentivar o prazer pela leitura em crianças e adolescentes é um desafio para alunos do curso de Letras da Universidade de Passo Fundo. Na noite de segunda-feira, dia 25 de junho, eles realizaram um dos seminários da Pré-Jornada Nacional de Literatura, que uniu experiências do ensino de literatura às discussões sobre os autores que irão participar da 9ª Jornada Nacional de Literatura.

Livros de Ruth Rocha, Sérgio Capparelli, Ricardo Azevedo, Liliana
Iaccoca, entre outros autores, foram lidos e discutidos pelo grupo,
apoiado pelo professor do curso, Eládio Weschenfelder, que a cada aula e seminário apresenta dezenas de livros aos acadêmicos. "Uma de nossas dificuldades é saber quais livros levar para a escola", diz Mara Souza, que leciona para a 8ª série da Fundação Educacional do Menor em Passo Fundo. Mara conta que seus alunos não gostavam de ler, por isso iniciou um trabalho de incentivo à leitura, mostrando várias obras e selecionando textos. "Agora eles ficam aguardando novos livros", orgulha-se.

Já Deisi Viviane Kerber, professora da 5ª série do Colégio Notre Dame está preparando os alunos para participarem da 1ª Jornadinha Nacional de Literatura, evento paralelo à Jornada. Deisi escolheu o tema "folclore" para trabalhar com os autores participantes. O primeiro é Ricardo Azevedo, que escreveu Armazém do Folclore e Meu Folclore. "Através de encenações teatrais, com marionetes e contação de histórias, os alunos falam sobre lendas e costumes das diferentes regiões do país", relata. Como eles gostaram do assunto, o próximo passo é partir para outros livros. A professora comemora: "Estou realizada com a minha turma que está ansiosa para conhecer o autor".

Os sem livros

No Brasil, onde em média há cinco livros em cada família, não é a toa que somos um país sem leitores, afirma o professor Eládio
Weschenfelder. "Até 1968, não tínhamos garantido o acesso à escola, hoje não existe uma política nacional para suprir as bibliotecas públicas e muitos professores dão aulas por 20 ou 30 anos sem indicar um único livro aos alunos", lamenta. Em suas pesquisas, Eládio descobriu dados que considera lamentáveis, como o fato de somente 5% dos professores lerem com freqüência e de que um entre mil escreve textos para serem publicados. "Somos um país de sem terra, sem teto e sem livros, esses últimos desorganizados, anônimos", afirma Eládio.

Nos escolas e também nos bancos universitários, os alunos do professor Eládio revelam o que acontece: "Geralmente as pessoas só estão preocupadas em cumprir com a carga horária e os conteúdos das ementas e esquecem a importância da literatura por prazer".

Pré-Jornada

Um dos diferenciais das Jornadas Literárias de Passo Fundo é a
preparação das pessoas para o evento, que este ano ocorre de 28 a 31 de agosto, no campus da UPF. Desde maio, uma equipe da Pré-Jornada Nacional de Literatura percorreu 52 cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo divulgado a Jornada e incentivando a formação de grupos de leitura para a Pré-Jornada.

Somente em Passo Fundo estão organizados mais de cem turmas que, assessoradas pela equipe da Pré-Jornada, realizam seminários para debater as obras dos autores que virão à Jornada. Esse é um movimento de sensibilização para a leitura que também envolve crianças e adolescentes. Todos os sábados à tarde acontece a Pré-Jornadinha de Literatura, aberta a escolas e a todos os interessados. Os encontros, gratuitos, tratam de autores diferentes a cada semana e acontecem no Mundo da Leitura, no campus UPF no bairro São José.

 

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