Escritora e jornalista, Liliana Iacocca, trabalha em São Paulo (cidade onde mora) realizando atividades culturais junto às crianças. A autora estimula a leitura e, ao mesmo tempo, faz com que elas criem suas próprias histórias. Seus livros, com textos de linguagem bem próxima da criança e ilustrações divertidas, motivam a autocrítica e a reavaliação de situações comuns no dia-a-dia.


Nas suas obras existe sempre uma mensagem, como por exemplo, Eu e os outros – melhorando as relações, sobre as situações comuns que dificultam a convivência harmoniosa entre as pessoas; e O planeta eu – conversando sobre sexo, que esclarece dúvidas e curiosidades das crianças em relação ao próprio corpo. Como a senhora avalia o peso dessa responsabilidade de escrever para crianças?
Na verdade eu não diria que fica uma lição, inclusive, a intenção não é passar uma lição. O caso do Planeta eu é uma obra que informa como conhecer melhor o próprio corpo para estar mais preparado para vivenciar a própria sexualidade. Em outra obra, Como fazer falando de convivência, a intenção é fazer o pequeno leitor refletir à sua maneira sobre os seus sentimentos, que é a idéia desses livros.

A senhora poderia explicar a preferência declarada por leitores da terceira série e a afirmação: Pena que a alma de todos não fique sempre com nove anos?
O preparo, o estimulo à leitura, a possibilidade de ler e viver esse mundo necessário da fantasia para todo ser humano é que deveria ficar a vida inteira no coração, na alma e nas nossas manifestações.

Qual a sua opinião em relação à televisão corrosiva? E como combater a influência da televisão?
A televisão faz um grande mal, mas também é um bem, vendo pelo lado dos programas educativos. E o trabalho da gente é um pouco isso: aprendemos a pensar que vamos tomar decisões melhores, saber o tempo para cada coisa, inclusive a hora importante de boicotar a televisão. O interessante é que essa nova geração é mais leitora e mais formada, já aprende a saber boicotar a TV então a base está aí e o resto vou deixar que o mundo corra.

O que está achando da 1ª Jornadinha Nacional de Literatura?
É a coisa mais bonita que eu já vi, o fato dessas crianças terem um dia de vivência e convivência com os livros e autores. Quero parabenizar Passo Fundo!