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                        ANOS 
                         
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                          e Quintanares 
                        O 
                          Mapa 
                        Olho 
                          o mapa da cidade 
                          Como quem examinasse 
                          A anatomia de um corpo ... 
                        (É 
                          nem que fosse o meu corpo!) 
                        Sinto 
                          uma dor infinita 
                          Das ruas de Porto Alegre 
                          Onde jamais passarei ... 
                        Há 
                          tanta esquina esquisita, 
                          Tanta nuança de paredes, 
                          Há tanta moça bonita 
                          Nas ruas que não andei 
                          (E há uma rua encantada 
                          Que nem em sonhos sonhei ...) 
                        Quando 
                          eu for, um dia desses,  
                          Poeira ou folha levada 
                          No vento da madrugada,  
                          Serei um pouco do nada 
                          Invisível, delicioso 
                        Que 
                          faz com que o teu ar 
                          Pareça mais um olhar. 
                          Suave mistério amoroso,  
                          Cidade de meu andar 
                          (Desde já tão longo andar!) 
                        E 
                          talvez de meu repouso ... 
                        (In 
                          Apontamentos de história sobrenatural) 
                        Vidas 
                          "Nós vivemos num mundo de espelhos, 
                          mas os espelhos roubam a nossa imagem ... 
                          Quando eles se partirem numa infinidade de estilhas 
                          Seremos apenas pó tapetando a paisagem. 
                          (In Apontamentos de História Sobre-Natural) 
                        
                        Carreto 
                          Amar é mudar a alma de casa. 
                          (In Nova Antologia Poética) 
                        "Do 
                          Tempo" 
                          Nunca se deve consultar o relógio perto de 
                          um defunto. É uma falta de tato, meu caro  
                          Senhor ... uma crueldade ... uma imperdoável 
                          indelicadeza. 
                          (In Sapato Florido) 
                         
                          "Minha morte nasceu quando eu nasci 
                          despertou, balbuciou, cresceu comigo... 
                          E dançamos de roda ao luar amigo 
                          Na pequenina rua em que vivi." 
                        (In 
                          A Rua dos Cataventos, XIX) 
                           
                        "Uma 
                          vida não basta apenas ser vivida: também 
                          precisa ser sonhada" 
                          (In Lili Inventa o Mundo) 
                        Envelhecer 
                          Antes, todos os caminhos iam. 
                          Agora todos os caminhos vêm. 
                          A casa é acolhedora, os livros poucos. 
                          E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas. 
                          (In Nova Antologia Poética) 
                        Bilhete 
                          Se tu me amas, ama-me baixinho 
                          Não grites de cima dos telhados 
                          Deixa em paz os passarinhos 
                          Deixa em paz a mim! 
                          Se me queres, 
                          enfim, 
                          tem de ser bem devagarinho, Amada, 
                          que a vida é breve, e o amor mais breve ainda. 
                          (In Antologia Poética) 
                        Poeminha 
                          do Contra 
                          "Todos esses que aí estão  
                          Atravancando o meu caminho, 
                          Eles passarão ... 
                          Eu passarinho" 
                          (In Caderno H) 
                        
                        
                        
                        Morte 
                          "Amigos não consultem os relógios 
                          quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo 
                          é uma invenção da morte: não 
                          o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento 
                          de poesia para nos dar a eternidade inteira".  
                          "A morte é a libertação total: 
                          a morte é quando a gente pode, afinal, estar 
                          deitado de sapatos". 
                         
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