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20 ANOS

Homenageados

Mario Quintana

Poemas e Quintanares

O Mapa

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo ...

(É nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei ...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei ...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar.
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Desde já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso ...

(In Apontamentos de história sobrenatural)

Vidas
"Nós vivemos num mundo de espelhos,
mas os espelhos roubam a nossa imagem ...
Quando eles se partirem numa infinidade de estilhas
Seremos apenas pó tapetando a paisagem.
(In Apontamentos de História Sobre-Natural)

Carreto
Amar é mudar a alma de casa.
(In Nova Antologia Poética)

"Do Tempo"
Nunca se deve consultar o relógio perto de
um defunto. É uma falta de tato, meu caro
Senhor ... uma crueldade ... uma imperdoável indelicadeza.
(In Sapato Florido)


"Minha morte nasceu quando eu nasci
despertou, balbuciou, cresceu comigo...
E dançamos de roda ao luar amigo
Na pequenina rua em que vivi."

(In A Rua dos Cataventos, XIX)

"Uma vida não basta apenas ser vivida: também precisa ser sonhada"
(In Lili Inventa o Mundo)

Envelhecer
Antes, todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm.
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.
(In Nova Antologia Poética)

Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda.
(In Antologia Poética)

Poeminha do Contra
"Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão ...
Eu passarinho"
(In Caderno H)

Morte
"Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira".
"A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos".

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