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20
ANOS
Homenageados
Josué
Guimarães,
O Pioneiro das Jornadas
Josué
Guimarães apoiou e coordenou a organização
da Primeira Jornada Rio-Grandense de Literatura, em
1981. A participação, até sua morte
em 1986, foi fundamental na ampliação
e consolidação das Jornadas Literárias.
A terceira edição do evento, em 1988,
homenageou o escritor e lançou o Concurso de
Contos Josué Guimarães, que já
premiou dezenas de contistas.
Ele
não se considerava um escritor da paisagem regional.
Dizia que seus temas eram universais, girando em torno
do homem, seus conflitos e contradições,
mas admitia suas raízes da fronteira, onde foi
criado "quase bilíngüe, ouvindo histórias
de caudilhos, revoluções, degolações",
relatou. Essa influência demonstrou o que chamava
de uma temática sul-americana: "o subdesenvolvimento,
a miséria, o caldeamento de raças, a insegurança
política e social, o caudilhismo, a passividade
diante do destino, a ignorância, a doença,
a crença de que ninguém muda nada".
O
escritor costumava amadurecer por vários anos
a idéia de seus livros, como explicou: "primeiro
eu construo a história apenas na cabeça.
(...) Quando acho que a coisa está pronta, definida,
passo para a escolha do nome. Acho importante saber
o nome do romance ao começar a escrevê-lo.
(...) Muitas vezes alimento dentro de mim uma história
por vários anos. Quando ela encontra o seu caminho,
quando acabei de fazer o levantamento de época
e tudo o mais que se faz necessário, acontece
aquilo que é mais rápido, isto é,
escrevê-la".
Vida
e obra
Nascido em São Jerônimo (RS), Josué
Guimarães mudou-se com menos de um ano para Rosário
do Sul (RS). Teve uma infância marcada pela pobreza
e a criação sob um intenso espírito
religiosos. Em 1930, a família mudou-se para
Porto Alegre, onde foi estudar no Colégio Cruzeiro
do Sul. Começou a escrever como jornalista aos
19 anos de idade, no Rio de Janeiro, na revista "O
Malho" e "Vida Ilustrada". Na II Guerra
Mundial, Josué retorna a POA e inicia atividades
no Diário de Notícias. Foi vereador pelo
PTB (1951) e o primeiro jornalista brasileiro a ingressar
na China Continental e URSS como correspondente especial
da "Última Hora" do RJ (1952).
Ocupou
a direção geral da Agência Nacional,
a Empresa Brasileira de Notícias, até
o presidente João Goulart ser deposto, em 1964,
quando refugiou-se em Santos (SP) e viveu na clandestinidade
sob o nome de Samuel Ortiz até 1969. Nesse período
trabalhou em dezesseis publicações diferentes
e abriu uma livraria. Em 1974 morou na África
e Portugal, trabalhando como correspondente do Correio
do Povo na Revolução dos Cravos. Foi diretor
e comentarista político da sucursal da Folha
de São Paulo no Rio Grande do Sul, até
março de 1986.
Publicações
Concurso de Contos
Josué Guimarães
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