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20 ANOS

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Deonísio da Silva

Deonísio da Silva participou de sete das oito jornadas já realizadas. Na primeira atuou como escritor convidado, em outras ministrou palestras ou cursos e nas demais, graças à empatia estabelecida com o público, tem sido um dos animadores e coordenadores dos debates. Na 9ª Jornada irá palestrar nas atividades das conversas paralelas. Em uma das edições da Jornada, deixou de receber o Prêmio Jabuti, no Rio, preferindo vir a Passo Fundo, onde tem, além disso, muitos amigos. Em 1992, alcançou projeção internacional ao receber o Prêmio Interrnacional Casa de las Américas, com o romance AVANTE, SOLDADOS: PARA TRÁS, em júri presidido por José Saramago. Seu livro mais recente é o romance OS GUERREIROS DO CAMPO, cujo tema central é a luta dos sem-terra. Este escritor teve sempre fortes ligações com o Brasil meridional. É catarinense de Siderópolis, onde nasceu em 1948, mas fez graduação e mestrado no Rio Grande do Sul, onde foi aluno de Guilhermino César, na UFRGS, em Porto Alegre. Como escritor, estreou em 1975. No ano seguinte , era premiado pelo Ministério da Educação e Cultura como autor do melhor livro de contos do ano, EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS, logo transposto para a televisão por Antunes Filho. Entre os mais de vinte livros que publicou, destacam-se A CIDADE DOS PADRES, TERESA (transposto para teatro), ORELHAS DE ALUGUEL (história de um crime monstruoso ocorrido numa universidade), A MULHER SILENCIOSA (em que uma mulher é condenada a vários anos de prisão, mesmo sendo inocente).

Os guerreiros do campo

Conciliando habilmente sua conhecida ironia e verve, Deonísio da Silva trata da questão dos sem-terra com profundidade e delicadeza, fazendo com que uma história de amor se passe em complexas tramas que envolvem uma fazendeira, um professor e um grupo de sem-terra. O romance começa no céu, quando são Pedro recebe os mortos para cadastramento, logo após um massacre ocorrido às portas de uma fazenda. O romance é polêmico. Para os simpatizantes do movimento dos sem-terra, o escritor foi impiedoso com o retrato cruel que faz de suas insuficiências no trato das questões agrárias. Para os que abominam o MST, o escritor foi cáustico com os proprietários, com a elite brasileira, satirizando os que tudo têm. Quem lê o romance, porém, sabe que está diante de mais ma obra relevante deste ficcionista, sempre fiel a seu ideário, irredutível em sua convicção de que a literatura não deve ser submissa a nada e a ninguém, nem à História, nem às ideologias. Os livros de Deonísio já foram traduzidos para o espanhol, o sueco, o alemão, o francês. OS GUERREIROS DO CAMPO está seguindo o caminho dos outros livros: o reconhecimento de crítica e público, no Brasil e no exterior.

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